No ultimo dia 16 de outubro é comemorado o DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO!
Uma data que nos trás muitas reflexões:
Como estamos cuidando dos alimentos?
Como estamos evitando as contaminações e as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs)?
Para que essa data tão importante traga somente motivos de celebração precisamos parar um pouquinho para falar das DTAs e como evitá-las.
Muitas pessoas não sabem o que são Doenças Transmitidas por Alimentos e nem como elas ocorrem.
Bom vou trazer a definição dada pela ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, responsável pela fiscalização de surtos destas doenças em nosso páis:
Doença Transmitida por Alimento (DTA): síndrome geralmente constituída de anorexia, náuseas, vômitos e/ou diarreia, acompanhada ou não de febre, relacionada à ingestão de alimentos ou água contaminados.
Sintomas digestivos não são as únicas manifestações, podendo ocorrer afecções extra intestinais em diferentes órgãos, como rins, fígado, sistema nervoso central, dentre outros.

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO BRASIL

A ANVISA publicou recentemente os dados relacionados aos Surtos Alimentares que ocorreram em nosso país nos últimos anos.
Quem investiga os casos de Doenças Transmitidas por Alimentos e os surtos alimentares é a Vigilância Epidemiológica
“A Vigilância Epidemiológica é definida como um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.”
De 2009 a 2018 já ocorreram mais de 6 mil surtos alimentares em nosso país, 120.584 mil pessoas tiveram doenças alimentares, 16.632 mil pessoas foram hospitalizadas e 99 pessoas chegaram à óbito devido a ingestão de alimentos contaminados, fora os casos que não são notificados.

Em todas as regiões do país ocorrem surtos alimentares, sendo as regiões sudeste e nordeste com o maior número de notificações.

Os locais onde mais acontecem surtos alimentares são as residências, devido a falta de conhecimento e informação no preparo e no armazenamento dos alimentos.

E isso se dá porque na nossa casa não seguimos nenhuma regra, não há fiscalização, e a falta de conhecimento é a principal causa dos surtos em residências.

Nossas mães e avós não sabem como os microrganismos se desenvolvem, não sabem que a temperatura interfere na qualidade e na segurança dos alimentos.

Na tentativa de fazer tudo certo para sua família, pela falta de conhecimento, muitas falhas são cometidas e as doenças acontecem.

Em seguida estão os restaurantes e padarias e na sequencia locais de trabalho, creches e escolas, que sempre aparecem nas notícias como origem de surtos alimentares em alunos.

Os principais alimentos contaminados, causadores de doenças transmitidas por alimentos são os alimentos mistos, ou seja, aqueles alimentos que em sua preparação são usados outros alimentos de origens diferentes.

Uma lasanha por exemplo:  temos a massa, a carne, o molho, o queijo…

Em seguida, temos a água e os produtos de origem animal contaminados são os que mais causam doenças transmitidas por alimentos.

23,4% dos surtos alimentares foram causados pela Escherichia coli e 11,3% pela Salmonela outros micro organismos como Coliformes também estão envolvidos em casos de surtos nos últimos anos.

Destaques – 2017
– 598 surtos de DTA notificados, com 9.426 doentes, 1.439 hospitalizados e 12 óbitos relacionados;
– Dentre os agentes etiológicos identificados como únicos responsáveis pelos surtos confirmados laboratorialmente (89 surtos), a Escherichia coli (46,1%/ 41 surtos) foi o mais comum, seguida por Salmonella spp (14,6%/13 surtos);
– Dos alimentos suspeitos identificados (215 surtos), a água foi a mais incriminada (35,8%/77 surtos), seguida pelos alimentos mistos (16,7%/36 surtos), cuja composição possui mais de um grupo alimentar;
– Conforme notificações de anos anteriores, as residências (36,9%/220 surtos) foram o local de ocorrência mais associado aos surtos de DTA.

Destaques – 2018*
– 503 surtos de DTA notificados, com 6.803 doentes, 731 hospitalizados e 9
óbitos relacionados;
– Dentre os agentes etiológicos identificados como únicos responsáveis pelos surtos confirmados laboratorialmente (80 surtos), a Escherichia coli (27,5%/22 surtos) foi o mais comum, seguida por Norovírus (25,0%/20 surtos);
– Dos alimentos suspeitos identificados (167 surtos), a água foi a mais
incriminada (29,9% / 50 surtos), seguida pelos alimentos mistos (23,4%/39
surtos), cuja composição possui mais de um grupo alimentar;
– Conforme notificações de anos anteriores, as residências (35,8%/179 surtos) continuaram sendo o local de ocorrência mais associado aos surtos de DTA.

DOENÇAS TRANSMITIDOS POR ALIMENTOS NO MUNDO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, pelo menos 600 milhões de pessoas no mundo caem doentes e 420 mil morrem após ingerirem comida contaminada.

Doenças transmissíveis por alimentos têm o mesmo impacto para a saúde pública que problemas como malária, tuberculose e AIDS.

Segundo a ONU, é importante que os consumidores protejam a si mesmos e as suas famílias em casa e também por meio de escolhas seguras na hora de procurar vendedores de alimentos e restaurantes.

Indivíduos devem optar por estabelecimentos e comerciantes que seguem boas práticas de higiene.

A FAO aponta para a necessidade de medidas de compartilhamento transparente de informação. Segundo a agência, também é preciso uma vigilância e monitoramento contínuos dos sistemas alimentares.

O que falta fazer?

Que técnicas ou métodos podemos criar para que este número de Doenças e Surtos Alimentares se reduza a zero?
Ou melhor, que hábitos devemos adotar e treinar e conscientizar nossos manipuladores para que eles entendam a importância do trabalho deles para a saúde pública?
 
A implantação Boas Práticas de Manipulação de Alimentos ainda é a melhor forma de garantir a Segurança Alimentar dos consumidores evitando a ocorrência das Doenças Transmitidas por Alimentos?.
A implantação e a manutenção deste método de controle de qualidade de alimentos é extremamente importante para que a produção de alimentos mantenha a qualidade da matéria prima, desde a entrada em seu estabelecimento até o produto final, nas mãos dos clientes.

Nossa missão!!

Vamos arregaçar as mangas, vamos conscientizar todos aqueles que manipulam alimentos para que essa realidade mude em todo o mundo e cada vez menos pessoas morram por ingestão de alimentos.
Conto com vocês!!
 
Mayara Vale
 
Gostou desta artigo? Deixe seu voto abaixo!