Bisfenol A presente em embalagens plásticas e podem fazer mal à saúde, já ouviu falar nisso?

Nos dias de hoje se tornou muito comum a comercialização de alimentos prontos para consumo, congelados ou não, em embalagens plásticas descartáveis, que vem com a proposta de trazer praticidade principalmente para as pessoas que não tem tempo de preparar suas próprias refeições.

embalagens plasticas

Porém, uma dúvida frequente do consumidor destes produtos é com relação a presença ou não do bisfenol A ou BPA nestas embalagens plásticas.

Antes de mais nada, vou explicar um pouco sobre o que seria o bisfenol A ou BPA:

O bisfenol A ou BPA é uma substância química orgânica aplicada na produção de plásticos e resinas, presente principalmente em plásticos policarbonatos e resinas epóxi.

Esta substância é muito utilizada na indústria para a produção de eletrodomésticos, computadores, CD’s e DVD’s, lente de óculos, no papel utilizado em comprovantes e extratos bancários e na resina utilizada para forrar as latas dos alimentos enlatados.

embalagens plásticas

No Brasil até 2011, esta substância era utilizada na fabricação de mamadeiras e copos para bebês, garrafas plásticas, entre outros embalagens plásticas, porém a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a partir do dia 1º de janeiro de 2012 determinou a proibição da venda e fabricação de mamadeiras e outros utensílios para lactantes que contenham Bisfenol-A.

Qual o perigo do Bisfenol A?

Quando as embalagens que possuem na sua composição o Bisfenol-A são aquecidas, há a liberação da substância química, que por ter estrutura semelhante a um estrógeno natural promove o desiquilíbrio do sistema endócrino, podendo provocar alterações hormonais capazes de causar aborto, anomalias e tumores do trato reprodutivo, câncer de mama e de próstata, déficit de atenção, de memória visual e motor, diabetes, diminuição da qualidade e quantidade de esperma em adultos, endometriose, fibromas uterinos, gestação ectópica (fora da cavidade uterina), hiperatividade, infertilidade, modificações do desenvolvimento de órgãos sexuais internos, obesidade, precocidade sexual, doenças cardíacas e síndrome dos ovários policísticos.

E como ocorre a contaminação do alimento por essa substância?

Quando recipientes que possuem em sua composição o bisfenol A ou BPA entram em contato com alimentos muito quentes ou são colocados para aquecer em forno micro-ondas, o bisfenol A presente no plástico contamina o alimento e acaba sendo consumido juntamente com a comida.

Os enlatados também podem sofrer essa contaminação, pois a resina interna dos recipientes pode conter BPA.

Porém, para desenvolver algum dos problemas de saúde citados, a quantidade de bisfenol A consumida tem que ser muito grande e a temperatura de aquecimento tem que ser em torno de 100°C.

Então isso quer dizer que não posso utilizar nenhum tipo de recipiente plástico?

A Anvisa estabeleceu um limite mínimo de bisfenol A para embalagens plásticas com contato direto com alimentos e bebidas que não trazem prejuízo a saúde do consumidor, aprovando o uso do Bisfenol-A, em um limite de 0,6 miligrama para cada quilo de plástico.

A quantidade máxima permitida de consumo de bisfenol A é de 4 mcg/kg por dia para evitar malefícios à saúde.

Mesmo os riscos dos efeitos negativos do bisfenol A sendo pequenos, ainda é importante evitar o consumo exagerado de produtos que contenham essa substância, a fim de prevenir doenças.

Como identificar se as embalagens apresentam ou não essa substância?

Verifique se as embalagens apresentam os números 3 ou 7 no símbolo de reciclagem do plástico, se apresentarem esta numeração, isto indica que há presença de bisfenol A ou BPA. Esse número geralmente está gravado no fundo dos produtos e identifica o tipo de plástico utilizado em sua composição.

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As demais numerações 1,2,4,5 e 6 caracterizam as embalagens livres de bisfenol A ou BPA.

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Os estabelecimentos alimentícios e empresas fornecedoras de alimentos prontos servidos em embalagens plásticas deverão verificar com o seu fornecedor todas as características do plástico utilizado a fim de não oferecer riscos à saúde do consumidor.

Além disso, no caso das empresas produtoras de alimentos enlatados deverão colocar em seus rótulos a informação da presença ou não de BPA.

Abaixo seguem algumas dicas que como diminuir a exposição ao bisfenol A ou BPA:

  • Não colocar no forno micro-ondas embalagens de plástico que não sejam BPA free;
  • Mesmo que não haja a presença de bisfenol A ou BPA no recipiente, o ideal é que não se transfira a comida para um recipiente de vidro antes de esquentá-la no forno de micro-ondas;
  • Recipientes plásticos devem ser lavados a mão em água fria ou morna. Não coloque recipientes de plástico em máquinas de lavar para limpar, uma vez que o aquecimento pode provocar a eliminação substâncias tóxicas, assim como acontece no micro-ondas;
  • Descarte utensílios de plástico que estejam arranhados, rachados ou quebrados, evitando utilizar detergentes abrasivos e esponja de aço na lavagem de recipientes de plásticos;
  • Evitar o consumo de bebidas e comidas enlatadas, e sempre antes de consumir um alimento enlatado verificar se o fabricante relata a presença ou não de BPA no revestimento interno das latas;
  • Dar preferência ao uso de recipientes de vidro, porcelana ou ácido inoxidável para armazenar comidas ou bebidas quentes;
  • Escolher garrafas e objetos infantis de vidro ou que sejam livres de bisfenol A (BPA free);
  • Evite imprimir extratos e comprovantes, dando preferência as versões digitais.

Portanto, não é necessário jogar fora todos os recipientes plásticos e nem os abolir de sua vida, apenas fique atento aos símbolos de reciclagem 3 (PVC) e 7 (PC) nas embalagens, utilizando apenas os recipientes que NÃO possuam tal numeração e somente utilize embalagens e descartáveis que terão contato com alimentos e bebidas de fabricantes que atendam as legislações Anvisa, incluindo a Lista Positiva de Monômeros (RDC 56/2012).

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Desta forma, você estará se assegurando que estará fazendo uso de embalagens que não causarão danos à saúde.

Ainda há necessidade de estudos e pesquisas mais aprofundados para que se saiba quais são os reais malefícios provocados por esta substância em embalagens plásticas.

Se você tiver alguma dúvida ou quiser saber mais alguma informação a respeito do assunto abordado, deixe um comentário abaixo.

Colunista: Bruna Maretti

 

 

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