Centenas de pessoas, se não milhares delas, passam “mal” e/ou sofrem algum desconforto pelo alimento ingerido e não é diferente nas viagens de avião.
Por isso a fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é extremamente rigorosa nos aeroportos e nas aeronaves em relação a qualidade dos alimentos.
De acordo com RDC 2:
“O comandante de aeronave em trânsito nacional ou internacional deverá informar, de imediato, à autoridade sanitária em exercício, por intermédio da administração do aeroporto de escala ou de destino, sobre anormalidades clínicas ou óbitos envolvendo viajantes durante o vôo”.
Algumas pessoas pensam que os alimentos servidos à bordo são elaborados pelas companhias aéreas, de fato os cardápios são emitidos e cumpridos à risca, mas quem prepara são as comissarias aéreas e que responsabilizam pela qualidade dos alimentos produzidos.
Portanto o serviço de alimentação que trabalha na fabricação de todas as refeições dos passageiros, deve seguir um rígido controle de qualidade para assegurar a saúde do consumidor.
O QUE FAZER SE OCORRER UM SURTO ALIMENTAR DURANTE O VÔO, OU SE ALGUM PASSAGEIRO FICAR INDISPOSTO E INFORMAR QUE FOI A REFEIÇÃO SERVIDA?
Primeiramente o passageiro relata ao comissário de bordo, que logo após, a informação é repassada ao comandante, e para cumprir com a legislação é comunicado a Anvisa.
A companhia aérea relata também ao catering responsável por preparar as refeições e a seguir é anunciado ao departamento de qualidade.
Sabemos que para se caracterizar um surto alimentar, duas ou mais pessoas devem estar envolvidas, ou dependendo da doença ocorrida já pode ser considerado surto com apenas um caso (de acordo com a Dra Rejane Maria de Souza Alves do Ministério da saúde, no congresso de Higienistas sobre surtos alimentares no Brasil – Food Safety Brazil).
Algumas DTA’s ou DVA’s (Doenças Transmitidas por Alimentos ou Doenças Veiculadas a Alimentos) se manifestam em tempos diferentes dependendo do microrganismo.
Em virtude disto os controles realizados pelas comissarias aéreas tem de ser supervisionados, preenchidos de forma correta e precisa.
QUAIS SÃO ALGUMAS DAS MEDIDAS (FERRAMENTAS) TOMADAS PELO CATERING?
Primeiramente o recolhimento das amostras das refeições porcionadas para o vôo de cada companhia aérea, são recolhidas diariamente e armazenadas para posterior análise microbiológica.
A seguir é realizado um rastreamento para apurar qual foi a refeição consumida e quais componentes compunham aquele prato.
Ao saber de todos os alimentos, é feito uma investigação:
Recebimento: Quando os alimentos contidos no prato foram recebidos na empresa, a que temperatura estava cada alimento?
Armazenamento: O alimento foi armazenado em câmara congelada ou refrigerada e a que temperatura estava o equipamento? Caso o alimento tenha sido congelado, de que forma ele foi descongelado e por quanto tempo?
Pré preparo: De que forma aquele alimento foi pré preparado?
Cocção/Resfriamento: A que temperatura o alimento foi coccionado e a que tempo e temperatura o alimento foi resfriado?
Manipulação: A quanto tempo aquele alimento ficou exposto e a que temperatura ele foi manipulado?
Armazenamento: O alimento é novamente armazenado em câmara de refrigeração, aguardando ser transportado. A que temperatura estava a câmara de refrigeração?
Distribuição: Qual temperatura estava o alimento ao ser direcionado ao caminhão?
Alguns caminhões são refrigerados, e a aferição de sua temperatura é feita através do registro emitido pelo equipamento.
Depois de toda essa investigação é possível observar se houve falhas nos processos e onde deve ser feita a correção.
Por esse motivo é sempre ressaltado a importância do preenchimento das planilhas de controle e a capacitação do colaborador sendo fundamental para toda a cadeia produtiva.
Colunista: Daiana Dionisio
Gostou deste artigo? Vote abaixo!